quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Sociedade da Informação e do conhecimento e a biblioteca universitária como mediadora da comunicação e do saber


O ingresso da humanidade na Era da Informação é um fato, mas ainda apenas para uma pequena parcela da população. As novas tecnologias, em particular a Internet, vieram para ficar e já começaram a alterar o comportamento da sociedade - como um dia fizeram o telefone, o rádio e a TV. Há 100 anos, ninguém imaginava que o desenvolvimento tecnológico nos daria a alcunha de Sociedade da Informação. Agora temos uma infinidade de soluções digitais cada dia mais surpreendentes e avançadas. Entretanto, devemos estar atentos para não nos iludirmos confundindo progresso com pirotecnia. Se esse conhecimento acumulado não for compartilhado pela sociedade como um todo, corremos o risco de ratificarmos o abismo que separa os ricos e os pobres.
O novo paradigma tecnológico trouxe novas exigências quanto aos atributos dos trabalhadores e requer maior preparo e educação permanentes para o desempenho das funções que estão em constantes mudança. Este novo paradigma, seurgido a partir do emprego de novas técnicas organizacionais e da automação, é uma característica dos dias atuais. Sem dúvida, este novo modelo está associado à aceleração da evolução e mudança dos métodos de trabalh, pressionados pela necessidade de novos produtos e de se imprimir qualidade até mesmo como requesito de sobrevivência.
Já se tornou comum afirmarque as novas tecnologias de informação e comunicação estão transformando a forma como as universidades desempenham sua missão de ensino, pesquisa e extensão. O conceito informação ocupa lugar central na compreensão nesse processo: universidades de todo o mundo estão reavaliando suas formas de reunir, processar e disseminar informações para o ensino, pesquisa e para a sua própria administração. Informação sempre teve papel crucial nas universidades, mas agora parece ter assumido importância ainda maior que no passado. Informação já foi chamada de "sangue que dá vida às universidades", recurso igual ao trabalho, que deveria ser considerada como parte de própria infra-estrutura da universidade.
O potencial dos cursos à distância mediados por computadores vêm sendo percebido por indivíduos, governos e instituições no mundo inteiro como forma eficaz de atingir metas antes fora de alcance: para indivíduos oferece possibilidades de adquirirem educação e treinamento em lugares ou situações em que isso não seria possível com op ensino tradicional; para as instituições e governos, oferece a possibilidade de expandir o seu raio de ação de maneira impensável para a educação tradicional.
Assim, o mundo da tecnologia também se configura como uma forma de inclusão social. A aprendizagem da informática e o acesso às novas linguagens de comunicação e informação não só possibilitam oportunidades econômicas, de geração de renda, como também representam um importante capital social. A informática também representa uma atração irresistível para os jovens que vivem em comunidades pobres. Aliada ao aprendizado de noções de direitos humanos e ecologia, então, criam-se maiores oportunidades para as crianças e adolescentes, beneficiando, simultaneamente, as suas famílias e comunidades.
A massa do conhecido, colocada em questão, permeia as práticas orais e as técnicas, mas é no manuscrito que se fixa desde a Antiguidade todo o saber acumulado. Com o impresso, o leitor além de ter diante de si uma memória coletiva enorme, ele é frequentemente exposto a textos novos. É a exteriorização progressiva da memória individual.
A biblioteca do futiutro deverá ser também, o lugar onde poderão ser mantidos o conhecimento e a compreensão da cultura escrita nas formas que foram e que ainda hoje são, majoritariamente, as suas. A representação eletrênica de todos os textos cuja existência não começa com a informática não deve, em absoluto, significar o abandono, o esquecimento, ou pior, a destruição de objetos que foram os seus suportes.
Mais do que nunca, talvez uma das tarefas essenciais das grandes bibliotecas é a de coletar, proteger e também tornar à ordem dos livrosque ainda é nossa, e que foi a de homens e mulheres que lêem desde os primeiros séculos da era cristã. Apenas preservando a inteligência e a cultura do códex poderemos gozar a "felicidade extravagante" prometida pelas tecnologias da informação e comunicação.

Johnathan Pereira Alves Diniz
Bacharel em Biblioteconomia pela Universidade Federal de Goiás (2007)

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