quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Câmara aprova universalização de bibliotecas em escolas públicasCâmara aprova universalização de bibliotecas em escolas públicas

A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania aprovou na quarta-feira (23) proposta que exige a instalação de bibliotecas em todas as escolas públicas de educação básica e a presença de bibliotecários com formação de nível superior nessas bibliotecas. O texto também determina que o acervo desses locais seja permanentemente atualizado e mantido em local próprio, atraente e acessível, com disponibilidade de acesso à internet.

Aprovada em caráter conclusivo, a proposta segue para análise do Senado, se não houver recurso para o Plenário.

As medidas estão previstas no substitutivo da Comissão de Educação e Cultura aos projetos de lei 3044/08, do deputado Sandes Júnior (PP-GO); e 4536/08, do ex-deputado Marcelo Almeida. O texto altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB - Lei 9.394/96). A comissão acolheu o parecer do relator, deputado Sandro Mabel (PMDB-GO), que julgou apenas a admissibilidade da proposta (não analisou o mérito).

O substitutivo também estabelece que cada sistema de ensino, de acordo com as condições disponíveis e com as características locais, terá a prerrogativa de organizar o trabalho dos bibliotecários, admitido o atendimento a mais de uma biblioteca escolar por um mesmo profissional.

Segundo o texto, os sistemas de ensino da União, dos estados e dos municípios deverão garantir capacitação específica aos bibliotecários para atuar como mediadores entre os alunos e a leitura, de modo a contribuir para a formação efetiva de leitores. A proposta define um prazo de cinco anos para implementação das medidas previstas.

Legislação atual
A Lei 12.244/10 já determina que todas as escolas públicas e privadas do País tenham, até 2020, bibliotecas com pelo menos um livro por aluno matriculado. As diferenças da lei em relação ao projeto são:
- a lei determina a instalação de bibliotecas em escolas públicas e privadas; a proposta se refere apenas a escolas públicas.
- a lei estipula prazo de dez anos para sua implementação; a proposta não cita prazo.
- as bibliotecas, segundo a lei, devem ter pelo menos um livro por aluno matriculado; a proposta não cita a quantidade de livros.

Reportagem – Tiago Miranda
Edição – Wilson Silveira

sexta-feira, 25 de novembro de 2011


“O fim precípuo de nossa época, caracterizada pela racionalização, pela intelectualização e, principalmente, pelo '
desencantamento do mundo' levou os homens a banir da vida pública os valores supremos e mais sublimes. Esses valores encontram refúgio na transcendência da vida mística ou na fraternidade das relações diretas e recíprocas entre indivíduos isolados.”
(Max Weber. Ciência e política: duas vocações. São Paulo: Martin Claret, 2006).

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

REFLEXÕES SOBRE A MATÉRIA DO JORNAL O POVO SOBRE A PROFISSÃO BIBLITOECÁRIO

Matéria do Jornal O Povo com um conteúdo interessante e passível de algumas reflexões, a saber:

1 - Bibliotecários não são considerados necessariamente cientistas da informação. Bibliotecário é o profissional com bacharelado em Biblioteconomia. Cientistas da informação são aqueles considerados pesquisadores, especialmente pela construção de pesquisa na pós-graduação em Ciência da Informação em qu...e alguns bibliotecários estão inseridos.

2 - Ainda é preciso observar que o grande problema da Biblioteconomia não está no mercado ou na sociedade, mas sim dentro da própria área. Esse discurso de mostrar a relevância da profissão é obsoleto, de sorte que qualquer instituição (escola, faculdade/universidade, empresa, etc.) considera o bibliotecário importante;

3 - O que falta é a própria Biblioteconomia se convencer de que é importante e mostrar isso por meio da proposição de serviços concebendo uma visão mais consistente da realidade. Em outras palavras, falta ao bibliotecário (sem generalismos), a capacidade de construir uma proposta de atuação e conceber um processo de negocviação com o mercado e a própria sociedade. Sem medos, sem receios e com garra de crescer e enfrentar as dificuldades;

4 - Para tanto, é preciso que o bibliotecário observe que o potencial de informação deve ser seu principal ideário, uma vez que organização, mediação, acesso e uso da informação devem ser a tônica atual deste profissional em centros de informação (biblioteca, arquivo, museu, centros de documentação) de instituições/organizações diversas.

5 - Em suma, o bibliotecário vai se consolidar como importante não pelo discurso, mas pela concretização de uma proposta sólida de atuação que prime pelo acesso à informação e não somente por um trabalho burocrático e restritivo em termos de acesso.

6 - Devemos ver os problemas, as dificuldades e as perspectivas com otimismo, pois são estes atributos que insuflam o caráter de atuação profissional, principalmente em face do crescimento exponencial da profissão. Isso significa que a possibilidade de atuação e construção de propostas profissionais estão sendo intensificadas, inclusive por meio de questões legais (LEI 12.244/10 que universaliza as bibliotecas escolares, por exemplo.

http://www.opovo.com.br/app/opovo/empregos/2011/11/19/noticiaempregosjornal,2337010/cientistas-da-informacao.shtml

sábado, 19 de novembro de 2011

BIBLIOTECÁRIO......

BIBLIOTECÁRIO

O papel do profissional bibliotecário vai muito além dos empréstimos e organização da biblioteca,
ele é como um agente mediador entre a informação e quem a busca, de
modo que o conhecimento chegue de forma rápida e satisfatória ao seu usuário.

A Biblioteca foi a principal área de atuação do bibliotecário, mas
com o avanço das tecnologias da informação esse profissional está
inserindo em várias áreas em que a informação precisa ser organizada,
categorizada e democratizada. O avanço das tecnologias não restringiram e
nem ameaçaram o bibliotecário, mas fez aumentar ainda mais o perfil
profissional do bibliotecário.

A palavra biblioteconomia é composta por três elementos gregos -
biblíon (livro) + théke (caixa) + nomos (regra), assim biblioteconomia é
etimologicamente o conjuntos de regras de acordo com as quais os livros
são organizados em espaços apropriados: estantes, salas, edifícios.
Organizar livros implica tanto ordená-los segundo um sistema lógico de
classificação do conhecimento e conservá-los para que resistam a
condições desfavoráveis de espaço e tempo, como torná-los conhecidos
para que sejam utilizados pelo maior número de pessoas interessadas nos
seus elementos formativos, informativos, estéticos ou simplesmente
lúdicos que eles contêm. Isso tem início antes mesmo do livro entrar na
biblioteca - por meio de compra, doação ou permuta - através de uma
cuidadosa seleção, se o livro atente aos perfis dos respectivos
usuários.

Porém, atualmente, unidade de análise da Biblioteconomia não é mais somente o livro, mas também a informação; e suas atividades, agora automatizadas, que ultrapassam o espaço da biblioteca.[1] Assim, sua etimologia esta sendo questionada pela nova demanda de profissionais atualizados da área.

A Biblioteconomia é uma das profissões mais antigas da humanidade.
Estima-se que talvez tenha se iniciado nos primórdios com as práticas
estabelecidas pelos monges copistas. A Biblioteconomia no Brasil como
curso de graduação é considerada como uma das ciências da informação,
pelo seu caráter interdisciplinar e pelo seu objeto de estudo: a informação, estando sobre o guardachuva da Ciência da Informação,
esta última uma criada após a II Guerra Mundial em virtude da gama de
informações surgidas pelo desenvolvimento de novas tecnologias.

Como seria impossível para determinado usuário de uma biblioteca em
sua busca por informação, folhear todos os livros, ouvir todos os CDs,
ou manusear todas as formas de suporte da informação presentes na
biblioteca, são desenvolvidas técnicas e serviços de forma a simplificar
o acesso a informação contida no suporte (impresso, digital, sonoro,
etc.).

As principais áreas de pesquisa em biblioteconomia são: representação temática, representação descritiva, linguagens documentárias, serviços de referência, marketing em unidades de informação, arquitetura de informação, usabilidade, catalogação, gestão de unidades de informação, infometria etc.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

O livro e a América

Talhado para as grandezas,
Pra crescer, criar, subir,
O Novo Mundo nos músculos
Sente a seiva do porvir.
— Estatuário de colossos —
Cansado doutros esboços
Disse um dia Jeová:
"Vai, Colombo, abre a cortina
"Da minha eterna oficina...
"Tira a América de lá".

Molhado inda do dilúvio,
Qual Tritão descomunal,
O continente desperta
No concerto universal.
Dos oceanos em tropa
Um — traz-lhe as artes da Europa,
Outro — as bagas de Ceilão...
E os Andes petrificados,
Como braços levantados,
Lhe apontam para a amplidão.

Olhando em torno então brada:
"Tudo marcha!... Ó grande Deus!
As cataratas — pra terra,
As estrelas — para os céus
Lá, do pólo sobre as plagas,
O seu rebanho de vagas
Vai o mar apascentar...
Eu quero marchar com os ventos,
Corn os mundos... co'os
firmamentos!!!"
E Deus responde — "Marchar!"
>
"Marchar! ... Mas como?... Da Grécia
Nos dóricos Partenons
A mil deuses levantando
Mil marmóreos Panteon?...
Marchar co'a espada de Roma
— Leoa de ruiva coma
De presa enorme no chão,
Saciando o ódio profundo. . .
— Com as garras nas mãos do mundo,

— Com os dentes no coração?...
"Marchar!... Mas como a Alemanha
Na tirania feudal,
Levantando uma montanha
Em cada uma catedral?...
Não!... Nem templos feitos de ossos,
Nem gládios a cavar fossos
São degraus do progredir...
Lá brada César morrendo:
"No pugilato tremendo
"Quem sempre vence é o porvir!"

Filhos do sec’lo das luzes!
Filhos da Grande nação!
Quando ante Deus vos mostrardes,
Tereis um livro na mão:
O livro — esse audaz guerreiro
Que conquista o mundo inteiro
Sem nunca ter Waterloo...
Eólo de pensamentos,
Que abrira a gruta dos ventos
Donde a Igualdade vooul...

Por uma fatalidade
Dessas que descem de além,
O sec'lo, que viu Colombo,
Viu Guttenberg também.
Quando no tosco estaleiro
Da Alemanha o velho obreiro
A ave da imprensa gerou...
O Genovês salta os mares...
Busca um ninho entre os palmares
E a pátria da imprensa achou...

Por isso na impaciência
Desta sede de saber,
Como as aves do deserto
As almas buscam beber...
Oh! Bendito o que semeia
Livros... livros à mão cheia...
E manda o povo pensar!
O livro caindo n'alma
É germe — que faz a palma,
É chuva — que faz o mar.

Vós, que o templo das idéias
Largo — abris às multidões,
Pra o batismo luminoso
Das grandes revoluções,
Agora que o trem de ferro
Acorda o tigre no cerro
E espanta os caboclos nus,
Fazei desse "rei dos ventos"
— Ginete dos pensamentos,
— Arauto da grande luz! ...

Bravo! a quem salva o futuro
Fecundando a multidão! ...
Num poema amortalhada
Nunca morre uma nação.
Como Goethe moribundo
Brada "Luz!" o Novo Mundo
Num brado de Briaréu...
Luz! pois, no vale e na serra...
Que, se a luz rola na terra,
Deus colhe gênios no céu!...

Castro Alves

Do livro: "Poetas Românticos Brasileiros", vol. I, Editora Lumen, SP, s/ano

Ferramenta on-line que gera automaticamente referências conforme as normas da ABNT

http://facilis.uesb.br/index.jsp