sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Pra que serve o CRB?

De tempos em tempos aparece um manifesto pela diminuição das taxas do CRBs, ou quem defenda que os CRBs deveriam acabar de uma vez por todas.

Uma coisa é certa: ano vai, ano vem e a gente relembra da existência do CRB quando recebemos em casa o boleto de pagamento da anuidade.

Todas as críticas que poderiam ser feitas ao CRB já foram feitas, mas ele continua por aí.

Eu mal posso me queixar do CRB individualmente, pois todas as vezes que precisei de dinheiro para bancar minha participação em eventos estudantis, o CRB contribuiu. E a única vez que precisei do CRB já como profissional, que foi justamente a obrigatoriedade de inscrição, não tive grandes problemas.

Então fica a minha sugestão, para as próximas gestões, como se já não tivessem sido feitas sugestões semelhantes, de que o CRB seja mais transparente.

Transparente no sentido de simplesmente, prestação de contas. Pois eu paguei uns R$300 no início de 2011, assim como valor pouco menor nos anos anteriores, e sou incapaz de saber ou dizer para onde foi esse dinheiro.

Alguns poderiam argumentar que a transparência deveria ser mútua, já que eu particularmente como bibliotecário funcionário público deveria prestar contas com a sociedade. E presto (preenchemos anualmente um relatório chamado RAG) assim como o CRB divulga seus relatórios anuais (disponíveis nos sites).

Mas ei, se eu enviasse boletos de cobrança aos usuários da minha biblioteca, ao menos eu tentaria ser o mais transparente possível, ainda que afinal, exista uma consciência de que eu mesmo pago meu salário, que é convertido em impostos pagos por mim e todos os outros cidadãos contribuintes. É o mesmo que se perguntar por que pagamos tantos impostos no Brasil se não somos capazes de enxergar o retorno do investimento.

Pra onde vai nosso dinheiro no final das contas?

Eu não sei explicar como as fiscalizações são realizadas, quantos funcionários estão envolvidos, quanto se gasta de gasolina, quanto custa o aluguel da sala do CRB, por que a sala precisa estar em local nobre, quanto o conselho reverte para eventos, para organizações de estudantes, se o CRB promove cursos de capacitação, quantos são os bibliotecários registrados e que contribuem anualmente, qual é o valor total arrecadado todos os anos, etc.

Existe um site com algumas informações, sim. E eu fiquei feliz ao receber pela primeira vez em minha residência uma publicação impressa do CRB7 que não fosse o boleto de pagamento anual. Eles me enviaram um boletim informativo.

No final das contas eu acho que o CRB se comporta exatamente como algumas das bibliotecas que eu conheço: confortável para quem faz usufruto dentro da caixa de livros, mas incapaz de mostrar para quem está do lado de fora o que está perdendo no momento em que não está lá dentro.

Se a cobrança de anuidade do CRB acabar, vai fazer falta? Pra quem?

E não se esqueçam de votar.

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